Blog do Barioni

NAUFRÁGIO À VISTA

A história política brasileira registra vários naufrágios de partidos. PDS, PFL, PTB são legendas que se afundaram em sucessivas derrotas eleitorais após breves períodos de relativa representatividade.
No momento, não é preciso ser pitonisa ou recorrer à bola de cristal para prever nas próximas eleições municipais o naufrágio do PSDB. De norte a sul do país.
Depois de 30 anos de belas vitórias em São Paulo, da eleição e reeleição de Fernando Henrique Cardoso à presidência da República, os tucanos enfrentam mar encapelado, estão à deriva. Sem lideranças expressivas que possam, a esta altura, representar tábuas de salvação.
O partido controla apenas 28 prefeituras no interior paulista, das quais apenas quatro em cidades com mais de 400 mil eleitores. Em dois anos, a revoada de tucanos representou a perda de 380 prefeituras e de 3.200 vereadores. Esse panorama antecipa a catástrofe de outubro.
Nas capitais mais importantes os candidatos do PSDB têm índices raquíticos de intenções de voto. Até no Rio Grande do Sul, governado pelo tucano Eduardo Leite, o candidato do PSDB está submerso no descrédito popular. Em São Paulo, no desespero típico de afogado, a legenda agarra-se à popularidade de José Luiz Datena, apresentador de programas policiais na televisão. Tarde demais. O naufrágio é iminente.

Isidro Barioni é jornalista